Gabriella Garcia e as diversas possibilidades de ser da matéria e do espírito
A beleza nas interseções do visível e do invisível, do estático e do efêmero, do ontem e do hoje. Mais do que representações, Gabriella Garcia faz alquimia com as formas.
Seu processo criativo nasceu da colagem, onde descobriu formas de desmontar imagens e (re)criar sua própria percepção do mundo. Hoje, a artista paira por diversas expressões, entrelaçando escultura, pintura e instalações.
A convite do MAMA, a carioca conta sua formação e trajetória.
De forma autodidata, Gabriela iniciou seus experimentos com colagem em 2012, estudando equilíbrios, anatomia, minerais, reações químicas, técnicas e história.
Para chegar até esse lugar, acredito que a necessidade de uma mente sã fez eu me envolver com a produção artística em um momento amplo que vivia nos meus 18 anos. Foi quando comecei a desenvolver colagens e desconstruir pinturas, espaços e ideias. Acredito piamente que foi o início um tanto inconsciente da minha pesquisa atual.
A artista desafia a própria matéria, convidando-a a transcender seus limites e se tornar poesia visual. Dentre os materiais, está o mármore reaproveitado, resgatado de diversas fontes e posteriormente restaurado. Além disso, Gabriella incorpora reproduções de imagens clássicas em gesso, produzidas por uma casa de gesso clássica do Rio de Janeiro.
Quão ideal é o ideal?
Em seu trabalho, a artista busca resgatar fragmentos de pinturas e objetos danificados, que muitas vezes perderam seu valor original. Esses elementos, que poderiam ser descartados e esquecidos, encontram um novo propósito nas mãos de Gabriella.
Hoje, a pesquisa está mais focada em um estudo histórico, o poder da reprodução enquanto acesso, a história do material enquanto perpetuação de valores e as escalas de ideal relacionadas a esses valores.
Suas pesquisas são um mergulho profundo nesse universo de resgate e recontextualização. Cada peça, cada fragmento, traz consigo uma carga simbólica. Ao incorporá-los em suas obras, Gabriella estabelece um diálogo entre o passado e o presente.
Gosto de questionar o poder da imagem enquanto um lugar de embranquecimento e poder. São trabalhos muitas vezes que se potencializam em sua beleza através de materiais nobres, que muitas vezes trazem em sua essência a memória histórica, através de sua inestimável idade matérica ou de sua carga histórica.
Desde 2015, participa de uma série de mostras coletivas no Brasil, na Holanda, no Canadá e na Noruega. Em 2016, fez sua estreia individual com “O Equilíbrio Do Caos”, em São Paulo, e também apresentou sua primeira exposição individual internacional, "#FFFFFF", na Alemanha.
Em 2021, a artista apresentou “Esse sonho pode nunca acontecer”, exposição exibida na Galeria Lume (SP). Pinturas, esculturas, instalações e trabalhos em diversos suportes criam uma narrativa que convoca a questionar o que está diante de nossos olhos. As obras brincam com o equilíbrio e a harmonia, dentro de um espaço que traz referências da arquitetura e do teatro clássicos.
Ao tensionar fronteiras e categorizações, sua arte envolve um diálogo intenso entre forma e significado, entre matéria e espírito. Com uma visão única e uma abordagem multifacetada, Gabriella nos convoca a refletir sobre as possibilidades ilimitadas da arte e da nossa própria relação com o mundo ao redor.
Interações entre moda e arte
Fortemente vinculada ao universo da moda, Gabriella possui uma habilidade para combinar estilos clássicos e modernos, transitando com facilidade entre sofisticação e casualidade.
Recentemente, ela lançou uma parceria criativa com a renomada marca Neriage, de Rafaella Caniello. Nessa colaboração, duas pinturas feitas por Gabriella em 2020 foram estampadas em seis peças distintas de seda e linho, acompanhadas por um par de brincos-esculturas.
A construção de espaços de acolhimento
Nas suas plataformas de mídia social, a artista estabelece conexões com milhares de seguidores. Gabriella Garcia, uma voz potente na nova geração de artistas brasileiros, expressa uma mescla de referências em diversas linguagens, com um olhar perspicaz.
Na sua perspectiva, a arte e a comunicação formam um elo poderoso para a promoção da saúde e dos direitos humanos. É neste cenário que Gabriella vê sua arte dialogando com os propósitos do MAMA.
A comunicação é a grande chave de todo esse sistema. Acredito piamente em construir lugares de acolhimento e informação de qualidade, de forma didática, criando e disseminando acesso e suporte. Impossível não se posicionar junto ao MAMA.
Assim como sua arte, sua força é polivalente e multidimensional. “Minha força vem enquanto criar independência. Faço o meu “corre” sabendo que existem pessoas que se espelham e se relacionam com o meu trabalho e meus processos. Me vejo sempre aberta a trocar e auxiliar”, finaliza Gabriella.
MAMA MAG é uma iniciativa do MAMA. Semanalmente, publicamos entrevistas e reportagens sobre assuntos que conectam arte, cultura, tecnologia, saúde e bem-estar.
Acompanhe nossa CURAdoria:
Gabriella Garcia e as diversas possibilidades de ser da matéria e do espírito
A beleza nas interseções do visível e do invisível, do estático e do efêmero, do ontem e do hoje. Mais do que representações, Gabriella Garcia faz alquimia com as formas.
Seu processo criativo nasceu da colagem, onde descobriu formas de desmontar imagens e (re)criar sua própria percepção do mundo. Hoje, a artista paira por diversas expressões, entrelaçando escultura, pintura e instalações.
A convite do MAMA, a carioca conta sua formação e trajetória.
De forma autodidata, Gabriela iniciou seus experimentos com colagem em 2012, estudando equilíbrios, anatomia, minerais, reações químicas, técnicas e história.
Para chegar até esse lugar, acredito que a necessidade de uma mente sã fez eu me envolver com a produção artística em um momento amplo que vivia nos meus 18 anos. Foi quando comecei a desenvolver colagens e desconstruir pinturas, espaços e ideias. Acredito piamente que foi o início um tanto inconsciente da minha pesquisa atual.
A artista desafia a própria matéria, convidando-a a transcender seus limites e se tornar poesia visual. Dentre os materiais, está o mármore reaproveitado, resgatado de diversas fontes e posteriormente restaurado. Além disso, Gabriella incorpora reproduções de imagens clássicas em gesso, produzidas por uma casa de gesso clássica do Rio de Janeiro.
Quão ideal é o ideal?
Em seu trabalho, a artista busca resgatar fragmentos de pinturas e objetos danificados, que muitas vezes perderam seu valor original. Esses elementos, que poderiam ser descartados e esquecidos, encontram um novo propósito nas mãos de Gabriella.
Hoje, a pesquisa está mais focada em um estudo histórico, o poder da reprodução enquanto acesso, a história do material enquanto perpetuação de valores e as escalas de ideal relacionadas a esses valores.
Suas pesquisas são um mergulho profundo nesse universo de resgate e recontextualização. Cada peça, cada fragmento, traz consigo uma carga simbólica. Ao incorporá-los em suas obras, Gabriella estabelece um diálogo entre o passado e o presente.
Gosto de questionar o poder da imagem enquanto um lugar de embranquecimento e poder. São trabalhos muitas vezes que se potencializam em sua beleza através de materiais nobres, que muitas vezes trazem em sua essência a memória histórica, através de sua inestimável idade matérica ou de sua carga histórica.
Desde 2015, participa de uma série de mostras coletivas no Brasil, na Holanda, no Canadá e na Noruega. Em 2016, fez sua estreia individual com “O Equilíbrio Do Caos”, em São Paulo, e também apresentou sua primeira exposição individual internacional, "#FFFFFF", na Alemanha.
Em 2021, a artista apresentou “Esse sonho pode nunca acontecer”, exposição exibida na Galeria Lume (SP). Pinturas, esculturas, instalações e trabalhos em diversos suportes criam uma narrativa que convoca a questionar o que está diante de nossos olhos. As obras brincam com o equilíbrio e a harmonia, dentro de um espaço que traz referências da arquitetura e do teatro clássicos.
Ao tensionar fronteiras e categorizações, sua arte envolve um diálogo intenso entre forma e significado, entre matéria e espírito. Com uma visão única e uma abordagem multifacetada, Gabriella nos convoca a refletir sobre as possibilidades ilimitadas da arte e da nossa própria relação com o mundo ao redor.
Interações entre moda e arte
Fortemente vinculada ao universo da moda, Gabriella possui uma habilidade para combinar estilos clássicos e modernos, transitando com facilidade entre sofisticação e casualidade.
Recentemente, ela lançou uma parceria criativa com a renomada marca Neriage, de Rafaella Caniello. Nessa colaboração, duas pinturas feitas por Gabriella em 2020 foram estampadas em seis peças distintas de seda e linho, acompanhadas por um par de brincos-esculturas.
A construção de espaços de acolhimento
Nas suas plataformas de mídia social, a artista estabelece conexões com milhares de seguidores. Gabriella Garcia, uma voz potente na nova geração de artistas brasileiros, expressa uma mescla de referências em diversas linguagens, com um olhar perspicaz.
Na sua perspectiva, a arte e a comunicação formam um elo poderoso para a promoção da saúde e dos direitos humanos. É neste cenário que Gabriella vê sua arte dialogando com os propósitos do MAMA.
A comunicação é a grande chave de todo esse sistema. Acredito piamente em construir lugares de acolhimento e informação de qualidade, de forma didática, criando e disseminando acesso e suporte. Impossível não se posicionar junto ao MAMA.
Assim como sua arte, sua força é polivalente e multidimensional. “Minha força vem enquanto criar independência. Faço o meu “corre” sabendo que existem pessoas que se espelham e se relacionam com o meu trabalho e meus processos. Me vejo sempre aberta a trocar e auxiliar”, finaliza Gabriella.
MAMA MAG é uma iniciativa do MAMA. Semanalmente, publicamos entrevistas e reportagens sobre assuntos que conectam arte, cultura, tecnologia, saúde e bem-estar.
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