Julia Presotto: “o conhecimento precisa se transformar em ferramenta de conscientização, prevenção e cura”
Idealizadora do MAMA situa a comunicação como peça central para a prevenção do câncer de mama.
A dor é complexa, subjetiva, desafiadora e, ao mesmo tempo, provocadora de mudanças. É justamente de uma dor pessoal que o MAMA nasceu para promover transformações.
O câncer não é um tema novo na vida da publicitária Julia Presotto. Primeiro, ela presenciou as batalhas de sua mãe e de sua avó contra o câncer de pulmão. Com a partida delas, a dor se somou à sensibilização em relação aos inúmeros casos que acompanhou, em paralelo, vendo a atuação de seu marido, oncologista e pesquisador clínico especialista em câncer de mama.
Quanto mais estudava e entendia o universo do câncer, mais se deparava com questões que iam além da esfera da ciência. Júlia percebeu que para fazer frente ao alarmante aumento dos casos da doença, era crucial abordar questões profundas que moldam o tecido social atual, sendo a comunicação um dos pilares fundamentais.
É esse olhar apurado que a motivou a criar uma iniciativa multidisciplinar e contínua de conscientização e prevenção do câncer de mama, a principal neoplasia entre as mulheres no Brasil e no mundo. Assim surgiu o MAMA.
Por uma comunicação mais sociológica
Quando o assunto é câncer de mama, muito se fala sobre acesso a tratamentos e cuidados, mas pouco sobre prevenção. Porém, para dimensionar o desafio, é preciso uma abordagem abrangente, onde não só fatores médicos e infraestruturais são considerados, mas também aspectos culturais e comportamentais que permeiam a sociedade.
Para Júlia, esse olhar sistêmico surgiu desde cedo em sua carreira. A formação em Publicidade, pela PUCRS, e o MBA em Marketing, pela FGV, vieram do desejo de compreender os meios de geração de valor para as empresas e instituições. O interesse pelo mundo da publicidade, contudo, não se resumia à visão tradicional da área.
Instigada a propor novas possibilidades, para além da ideia de empregar as técnicas publicitárias na criação de “necessidades desnecessárias”, Júlia se tornou Master em Sociologia pela Sorbonne Université, em Paris, momento em que passou a criar soluções de comunicação associando a publicidade com a sociologia.
Esse movimento, que na época ainda era muito incipiente, antecipava uma nova onda da comunicação, mais consciente do seu papel na sociedade:
“Acredito em um mundo onde comunicadores, influenciadores e agências possuem um papel de responsabilidade social enorme, por ser um potencial revolucionário de transformação. A comunicação é agente de transformação. Transforma os sentidos, as lutas, as conquistas e a forma como a gente vê e se percebe no mundo.”
Após maturar algumas ações na Wheel, sua agência criativa focada em projetos na área da saúde, Júlia sentiu que era o momento de desenvolver uma iniciativa que tocasse na questão do câncer de mama ao longo do ano todo – e não somente durante o Outubro Rosa. A ideia de conectar arte, cultura, moda, tecnologia, esporte, bem-estar e ciência também parte da concepção de que todos os territórios podem contribuir, cada uma ao seu modo, para a causa.
“É preciso fazer com que todo esse conhecimento, hoje circunscrito nos universos médico, científico e acadêmico, se transforme em ferramenta de conscientização, prevenção e cura. Disseminar o conhecimento referente às desigualdades e problemáticas relacionadas ao câncer e outras doenças é o caminho para gerar transformação social.”
No MAMA, a multidisciplinaridade e a transdisciplinaridade enriquecem a narrativa e potencializam a mensagem. Enquanto a comunicação faz barulho e joga luz sobre o assunto, a sociologia entra com seus preceitos para mudar comportamentos e criar a cultura do rastreamento e da saudabilidade.
Segundo as estatísticas mais atuais, uma em cada oito mulheres vai ter câncer de mama. Mas, apesar dos números alarmantes, apenas 1/3 das mulheres brasileiras faz mamografia, exame que detecta o câncer de mama em estágio inicial. “Percebemos que estamos diante de uma problemática também de comunicação, ou seja, a mensagem ‘faça o seu rastreamento anualmente’ precisa chegar ao público específico”, explica Júlia.
Com o mote “se o inimigo é silencioso, nós não seremos”, o MAMA se posiciona como um movimento de relevância cultural, capaz de dialogar com os códigos e valores de novas gerações. Para isso, estão sendo desenvolvidas ações de comunicação, ativações on e offline, consultorias e mobilizações sociais.
“Trazemos ao mundo o nosso servir, fazendo uso de ferramentas para potencializar e amplificar uma causa necessária, com intuito de gerar conexões e impacto positivo e promoção da saúde na vida de milhares de mulheres.”
MAMA MAG é uma iniciativa do MAMA. Semanalmente, publicamos entrevistas e reportagens sobre assuntos que conectam arte, cultura, tecnologia, saúde e bem-estar.
Acompanhe nossa CURAdoria:
Julia Presotto: “o conhecimento precisa se transformar em ferramenta de conscientização, prevenção e cura”
Idealizadora do MAMA situa a comunicação como peça central para a prevenção do câncer de mama.
A dor é complexa, subjetiva, desafiadora e, ao mesmo tempo, provocadora de mudanças. É justamente de uma dor pessoal que o MAMA nasceu para promover transformações.
O câncer não é um tema novo na vida da publicitária Julia Presotto. Primeiro, ela presenciou as batalhas de sua mãe e de sua avó contra o câncer de pulmão. Com a partida delas, a dor se somou à sensibilização em relação aos inúmeros casos que acompanhou, em paralelo, vendo a atuação de seu marido, oncologista e pesquisador clínico especialista em câncer de mama.
Quanto mais estudava e entendia o universo do câncer, mais se deparava com questões que iam além da esfera da ciência. Júlia percebeu que para fazer frente ao alarmante aumento dos casos da doença, era crucial abordar questões profundas que moldam o tecido social atual, sendo a comunicação um dos pilares fundamentais.
É esse olhar apurado que a motivou a criar uma iniciativa multidisciplinar e contínua de conscientização e prevenção do câncer de mama, a principal neoplasia entre as mulheres no Brasil e no mundo. Assim surgiu o MAMA.
Por uma comunicação mais sociológica
Quando o assunto é câncer de mama, muito se fala sobre acesso a tratamentos e cuidados, mas pouco sobre prevenção. Porém, para dimensionar o desafio, é preciso uma abordagem abrangente, onde não só fatores médicos e infraestruturais são considerados, mas também aspectos culturais e comportamentais que permeiam a sociedade.
Para Júlia, esse olhar sistêmico surgiu desde cedo em sua carreira. A formação em Publicidade, pela PUCRS, e o MBA em Marketing, pela FGV, vieram do desejo de compreender os meios de geração de valor para as empresas e instituições. O interesse pelo mundo da publicidade, contudo, não se resumia à visão tradicional da área.
Instigada a propor novas possibilidades, para além da ideia de empregar as técnicas publicitárias na criação de “necessidades desnecessárias”, Júlia se tornou Master em Sociologia pela Sorbonne Université, em Paris, momento em que passou a criar soluções de comunicação associando a publicidade com a sociologia.
Esse movimento, que na época ainda era muito incipiente, antecipava uma nova onda da comunicação, mais consciente do seu papel na sociedade:
“Acredito em um mundo onde comunicadores, influenciadores e agências possuem um papel de responsabilidade social enorme, por ser um potencial revolucionário de transformação. A comunicação é agente de transformação. Transforma os sentidos, as lutas, as conquistas e a forma como a gente vê e se percebe no mundo.”
Após maturar algumas ações na Wheel, sua agência criativa focada em projetos na área da saúde, Júlia sentiu que era o momento de desenvolver uma iniciativa que tocasse na questão do câncer de mama ao longo do ano todo – e não somente durante o Outubro Rosa. A ideia de conectar arte, cultura, moda, tecnologia, esporte, bem-estar e ciência também parte da concepção de que todos os territórios podem contribuir, cada uma ao seu modo, para a causa.
“É preciso fazer com que todo esse conhecimento, hoje circunscrito nos universos médico, científico e acadêmico, se transforme em ferramenta de conscientização, prevenção e cura. Disseminar o conhecimento referente às desigualdades e problemáticas relacionadas ao câncer e outras doenças é o caminho para gerar transformação social.”
No MAMA, a multidisciplinaridade e a transdisciplinaridade enriquecem a narrativa e potencializam a mensagem. Enquanto a comunicação faz barulho e joga luz sobre o assunto, a sociologia entra com seus preceitos para mudar comportamentos e criar a cultura do rastreamento e da saudabilidade.
Segundo as estatísticas mais atuais, uma em cada oito mulheres vai ter câncer de mama. Mas, apesar dos números alarmantes, apenas 1/3 das mulheres brasileiras faz mamografia, exame que detecta o câncer de mama em estágio inicial. “Percebemos que estamos diante de uma problemática também de comunicação, ou seja, a mensagem ‘faça o seu rastreamento anualmente’ precisa chegar ao público específico”, explica Júlia.
Com o mote “se o inimigo é silencioso, nós não seremos”, o MAMA se posiciona como um movimento de relevância cultural, capaz de dialogar com os códigos e valores de novas gerações. Para isso, estão sendo desenvolvidas ações de comunicação, ativações on e offline, consultorias e mobilizações sociais.
“Trazemos ao mundo o nosso servir, fazendo uso de ferramentas para potencializar e amplificar uma causa necessária, com intuito de gerar conexões e impacto positivo e promoção da saúde na vida de milhares de mulheres.”
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