Laís Sambugaro: “criar é um processo em construção, e sempre será”
A poesia das imagens, a imagem das palavras, em mu(dança). A arte de Laís Sambugaro é multifacetada, assim como seu olhar para o mundo. Cinema, fotografia, design e roteiro são manifestações da artista paulista que vem ganhando destaque no cenário audiovisual nacional.
Laís compartilha sua sensibilidade ao MAMA, materializando o nosso vídeo-manifesto. Ela também faz parte do nosso grupo de artistas apoiadores que reconhecem a arte como um território vital e significativo para sensibilizar e humanizar questões sociais relacionadas à saúde, contribuindo para o desenvolvimento de culturas de prevenção.
Em entrevista à MAMA MAG, a cineasta traça paralelos entre saúde e direitos humanos; a mulher na arte e a arte de ser mulher.
No estúdio da Lola Filmes, em São Paulo, um grupo de pessoas se reunia para ajustar os últimos detalhes da pauta. O roteiro em mãos trazia a essência do MAMA e também a força de quem integra a iniciativa: expressão, comunicação e ação.
“Tão ou mais importante do que o resultado de uma criação é o processo. Foi especial ver tantas pessoas mobilizadas para fazer esse filme acontecer. A troca de histórias e experiências de cada uma delas com o tema criou um ambiente acolhedor e de reflexão”.
A pauta combinava com uma série de elementos da arte de Laís: a coletividade, o feminino, a imagem e o ato de contar histórias. Ao mesmo tempo, também foi uma oportunidade de fazer uma homenagem:
“Minha madrinha tem enfrentado o câncer de mama com muita força e coragem, então gosto de pensar que, de alguma maneira, esse filme é também dedicado a ela”.
Laís vê o projeto como uma forma de ecoar a ideia de que saúde, no seu mais amplo significado, é um direito de todas as pessoas. Iniciativas que tomem a frente e amplifiquem essa mensagem são fundamentais para que isso se concretize.
Para a cineasta, a pandemia, o isolamento social, a perda de entes queridos e o medo do adoecimento, acabaram enfatizando a importância de olharmos para a saúde de forma sistêmica.
O cinema para além de si próprio
Interessada na interseção entre arte e cinema – e não apenas no cinema em si –, Laís coloca suas mãos e sua mente a serviço das histórias que conta. Desde cedo, interessou-se pelo processo de criação de imagens. De forma intuitiva e experimental, iniciou seu percurso criativo com as colagens e a fotografia.
Ao ingressar na faculdade de cinema, na Fundação Armando Alvares Penteado, teve contato com ideias, pessoas e técnicas que direcionaram a sua arte. “Mas ainda é um processo em construção, e acho que sempre será”, define Laís.
Nos últimos anos, tem se dedicado às colaborações, principalmente com outras mulheres. Para ela, a criação coletiva traz acolhimento e segurança, ao mesmo tempo que transborda provocações e inquietações.
Dentre seus projetos atuais, está o videoclipe da banda MEE e dois curta-metragens: Rio de Dentro, escrito em conjunto com a diretora Gabriela Boeri; e Todo o Tempo que nos Resta, um vídeo-ensaio criado a partir de um presente deixado por seu avô, antes de partir, para a sua avó.
Para mim, um dos grandes desafios é entender sobre o que você quer falar, de que maneira e como isso se encaixa dentro de um mundo com um fluxo frenético de criação de imagens. E também entender como viabilizar seus projetos, torná-los reais. Acho que parte da solução desses problemas passa pela conexão com outras pessoas, pela partilha e por se dispor a ouvir e a aprender.
A mulher na arte e a arte de ser mulher
Sob sua perspectiva, Laís acredita que a criação está intrinsecamente ligada ao ponto de vista do indivíduo e à sua posição no mundo. “Como mulher, esse lugar fica claro desde muito cedo na vida, ainda que a própria experiência do que é ser mulher seja muito diversa”, afirma.
No seu caso, o olhar sobre o corpo, a sexualidade e a contação de histórias sob o ponto de vista feminino apareceram de forma natural no processo de criação e experimentação.
Essa consciência sobre o corpo perpassa também a questão do autocuidado. Para a cineasta, há uma felicidade entrelaçada com pequenos atos de gentileza com sua mente, seu corpo e seu bem-estar social. Isso se manifesta por meio da convivência com pessoas queridas, no tempo para o descanso, no contato com a natureza e na rotina de exames e hábitos preventivos.
Nosso corpo pode ser algo muito misterioso e é necessário que agucemos nosso olhar e nossas sensações para interpretar suas manifestações. Quando relego isso por muito tempo, meu corpo me cobra e me envia sinais de que está na hora de me cuidar.
MAMA MAG é uma iniciativa do MAMA. Semanalmente, publicamos entrevistas e reportagens sobre assuntos que conectam arte, cultura, tecnologia, saúde e bem-estar.
Acompanhe nossa CURAdoria:
Laís Sambugaro: “criar é um processo em construção, e sempre será”
A poesia das imagens, a imagem das palavras, em mu(dança). A arte de Laís Sambugaro é multifacetada, assim como seu olhar para o mundo. Cinema, fotografia, design e roteiro são manifestações da artista paulista que vem ganhando destaque no cenário audiovisual nacional.
Laís compartilha sua sensibilidade ao MAMA, materializando o nosso vídeo-manifesto. Ela também faz parte do nosso grupo de artistas apoiadores que reconhecem a arte como um território vital e significativo para sensibilizar e humanizar questões sociais relacionadas à saúde, contribuindo para o desenvolvimento de culturas de prevenção.
Em entrevista à MAMA MAG, a cineasta traça paralelos entre saúde e direitos humanos; a mulher na arte e a arte de ser mulher.
O cinema para além de si próprio
Interessada na interseção entre arte e cinema – e não apenas no cinema em si –, Laís coloca suas mãos e sua mente a serviço das histórias que conta. Desde cedo, interessou-se pelo processo de criação de imagens. De forma intuitiva e experimental, iniciou seu percurso criativo com as colagens e a fotografia.
Ao ingressar na faculdade de cinema, na Fundação Armando Alvares Penteado, teve contato com ideias, pessoas e técnicas que direcionaram a sua arte. “Mas ainda é um processo em construção, e acho que sempre será”, define Laís.
Nos últimos anos, tem se dedicado às colaborações, principalmente com outras mulheres. Para ela, a criação coletiva traz acolhimento e segurança, ao mesmo tempo que transborda provocações e inquietações.
Dentre seus projetos atuais, está o videoclipe da banda MEE e dois curta-metragens: Rio de Dentro, escrito em conjunto com a diretora Gabriela Boeri; e Todo o Tempo que nos Resta, um vídeo-ensaio criado a partir de um presente deixado por seu avô, antes de partir, para a sua avó.
Para mim, um dos grandes desafios é entender sobre o que você quer falar, de que maneira e como isso se encaixa dentro de um mundo com um fluxo frenético de criação de imagens. E também entender como viabilizar seus projetos, torná-los reais. Acho que parte da solução desses problemas passa pela conexão com outras pessoas, pela partilha e por se dispor a ouvir e a aprender.
A mulher na arte e a arte de ser mulher
Sob sua perspectiva, Laís acredita que a criação está intrinsecamente ligada ao ponto de vista do indivíduo e à sua posição no mundo. “Como mulher, esse lugar fica claro desde muito cedo na vida, ainda que a própria experiência do que é ser mulher seja muito diversa”, afirma.
No seu caso, o olhar sobre o corpo, a sexualidade e a contação de histórias sob o ponto de vista feminino apareceram de forma natural no processo de criação e experimentação.
Essa consciência sobre o corpo perpassa também a questão do autocuidado. Para a cineasta, há uma felicidade entrelaçada com pequenos atos de gentileza com sua mente, seu corpo e seu bem-estar social. Isso se manifesta por meio da convivência com pessoas queridas, no tempo para o descanso, no contato com a natureza e na rotina de exames e hábitos preventivos.
Nosso corpo pode ser algo muito misterioso e é necessário que agucemos nosso olhar e nossas sensações para interpretar suas manifestações. Quando relego isso por muito tempo, meu corpo me cobra e me envia sinais de que está na hora de me cuidar.
MAMA MAG é uma iniciativa do MAMA. Semanalmente, publicamos entrevistas e reportagens sobre assuntos que conectam arte, cultura, tecnologia, saúde e bem-estar.
Acompanhe nossa CURAdoria: