Marcela Cantuária:
“A arte precisa ser porosa, saber se envolver em diferentes assuntos profundamente”.
“As iniciativas que relacionam arte, saúde e direitos humanos são muito importantes para a conscientização popular. Têm o poder de ‘furar a bolha’ da arte”. É esse papel expandido e expansivo do artista que conecta Marcela Cantuária ao MAMA.
Carioca, a artista plástica é graduada em Pintura pela Escola de Belas Artes da UFRJ. Seu estilo funde imagens históricas da política com representações da cultura visual moderna. Uma fatia importante de sua obra é resultado de pesquisas sobre a batalha das mulheres em diversas partes do mundo.
A convite do MAMA, Marcela relata sua história, suas motivações e formas de tocar as pessoas com a arte.
Desde pequena, a pintura sempre teve um papel fundamental na vida de Marcela. Sua mãe, que também tinha um talento para o desenho, servia como uma grande inspiração e era sua referência artística. Quando chegou a hora de decidir o que fazer profissionalmente, a escolha de se tornar uma artista parecia natural.
No entanto, o caminho não foi fácil. Marcela passou diversos trabalhos para se sustentar e seguir em busca do seu sonho de se dedicar integralmente à arte. Ela foi professora em seu próprio ateliê, modelo vivo em uma universidade particular, retratista em feiras e bares noturnos, garçonete e até taróloga. “A escolha de ser artista, se é que dá pra chamar de escolha, se deu pela vontade de materializar o invisível”, conta Marcela.
O invisível, muitas vezes, vem nas narrativas desconhecidas, nas histórias esquecidas e nos nomes que poucos reconhecem.
“Na minha formação como artista e até hoje, sinto falta de representações reais do universo combativo feminino. A pintura surge para preencher esse vazio com narrativas que eu desconhecia até então. As pessoas falam ‘nossa eu não conhecia a história dessa guerrilheira’, e eu respondo ‘nem eu! Tive que cavar bastante’.”
A materialização do invisível agora conta também com cerâmica, trabalhos em madeira e bordado. Exemplo disso é a série dos Oratórios, um desdobramento de sua pesquisa chamada Mátria Livre, que vem sendo desenvolvida há cerca de 6 anos.
A arte (da) cura
“Eu acredito que a arte precisa ser porosa, saber se envolver em diferentes assuntos profundamente”, destaca. É essa motivação que conecta o trabalho de Marcela ao MAMA.
“Eu fico muito honrada de usar meu trabalho como ferramenta de empoderamento para mulheres que enfrentam a luta contra o câncer de mama. É legal ver o trabalho alcançando lugares prospectivos além da inspiração, a própria emancipação”.
Hoje, a sua arte colore a visão e aflora o sentir dos pacientes do Hospital de Clínicas de São Paulo. O oratório que desenvolveu para o lançamento do álbum “Portas”, da cantora Marisa Monte, é um espaço acolhedor de leitura, música e imaginação. “É legal perceber como a arte pode ser uma grande aliada da cura”, reforça.
O presente-futuro em perspectiva
A obra de Marcela está representada em várias coleções, incluindo Pérez Art Museum Miami (EUA), Museu de Arte de São Paulo (BR), Assis Chateaubriand MAC-PE (BR), Pinacoteca do Estado de São Paulo (BR), Museu da Maré, RJ (BR).
Há pouco, a artista plástica participou de uma residência artística na L’airs, em Paris. Sua conexão com a cerâmica levou-a também a Portugal, na Bordallo Pinheiro, onde experimentou novas técnicas e materiais em suas criações. Atualmente, suas obras também podem ser apreciadas em uma exposição individual na Galeria Insofar, em Lisboa.
"Eu quero continuar fazendo arte pra sempre, construindo novos mundos com a pintura, que seja faísca para realizações coletivas e que eu consiga promover muitas mobilizações com a arte”.
MAMA MAG é uma iniciativa do MAMA. Semanalmente, publicamos entrevistas e reportagens sobre assuntos que conectam arte, cultura, tecnologia, saúde e bem-estar.
Acompanhe nossa CURAdoria:
Marcela Cantuária: “A arte precisa ser porosa, saber se envolver em diferentes assuntos profundamente”.
“As iniciativas que relacionam arte, saúde e direitos humanos são muito importantes para a conscientização popular. Têm o poder de ‘furar a bolha’ da arte”. É esse papel expandido e expansivo do artista que conecta Marcela Cantuária ao MAMA.
Carioca, a artista plástica é graduada em Pintura pela Escola de Belas Artes da UFRJ. Seu estilo funde imagens históricas da política com representações da cultura visual moderna. Uma fatia importante de sua obra é resultado de pesquisas sobre a batalha das mulheres em diversas partes do mundo.
A convite do MAMA, Marcela relata sua história, suas motivações e formas de tocar as pessoas com a arte.
Desde pequena, a pintura sempre teve um papel fundamental na vida de Marcela. Sua mãe, que também tinha um talento para o desenho, servia como uma grande inspiração e era sua referência artística. Quando chegou a hora de decidir o que fazer profissionalmente, a escolha de se tornar uma artista parecia natural.
No entanto, o caminho não foi fácil. Marcela passou diversos trabalhos para se sustentar e seguir em busca do seu sonho de se dedicar integralmente à arte. Ela foi professora em seu próprio ateliê, modelo vivo em uma universidade particular, retratista em feiras e bares noturnos, garçonete e até taróloga. “A escolha de ser artista, se é que dá pra chamar de escolha, se deu pela vontade de materializar o invisível”, conta Marcela.
O invisível, muitas vezes, vem nas narrativas desconhecidas, nas histórias esquecidas e nos nomes que poucos reconhecem.
“Na minha formação como artista e até hoje, sinto falta de representações reais do universo combativo feminino. A pintura surge para preencher esse vazio com narrativas que eu desconhecia até então. As pessoas falam ‘nossa eu não conhecia a história dessa guerrilheira’, e eu respondo ‘nem eu! Tive que cavar bastante’.”
A materialização do invisível agora conta também com cerâmica, trabalhos em madeira e bordado. Exemplo disso é a série dos Oratórios, um desdobramento de sua pesquisa chamada Mátria Livre, que vem sendo desenvolvida há cerca de 6 anos.
A arte (da) cura
“Eu acredito que a arte precisa ser porosa, saber se envolver em diferentes assuntos profundamente”, destaca. É essa motivação que conecta o trabalho de Marcela ao MAMA.
“Eu fico muito honrada de usar meu trabalho como ferramenta de empoderamento para mulheres que enfrentam a luta contra o câncer de mama. É legal ver o trabalho alcançando lugares prospectivos além da inspiração, a própria emancipação”.
Hoje, a sua arte colore a visão e aflora o sentir dos pacientes do Hospital de Clínicas de São Paulo. O oratório que desenvolveu para o lançamento do álbum “Portas”, da cantora Marisa Monte, é um espaço acolhedor de leitura, música e imaginação. “É legal perceber como a arte pode ser uma grande aliada da cura”, reforça.
O presente-futuro em perspectiva
A obra de Marcela está representada em várias coleções, incluindo Pérez Art Museum Miami (EUA), Museu de Arte de São Paulo (BR), Assis Chateaubriand MAC-PE (BR), Pinacoteca do Estado de São Paulo (BR), Museu da Maré, RJ (BR).
Há pouco, a artista plástica participou de uma residência artística na L’airs, em Paris. Sua conexão com a cerâmica levou-a também a Portugal, na Bordallo Pinheiro, onde experimentou novas técnicas e materiais em suas criações. Atualmente, suas obras também podem ser apreciadas em uma exposição individual na Galeria Insofar, em Lisboa.
"Eu quero continuar fazendo arte pra sempre, construindo novos mundos com a pintura, que seja faísca para realizações coletivas e que eu consiga promover muitas mobilizações com a arte”.
MAMA MAG é uma iniciativa do MAMA. Semanalmente, publicamos entrevistas e reportagens sobre assuntos que conectam arte, cultura, tecnologia, saúde e bem-estar.
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